O cibercrime é uma epidemia em crescendo. É de máxima importância aumentar a consciência e apelar à sensibilidade para esta temática começando por: educar a população para melhores práticas.

Nunca o “mais vale prevenir do que remediar” teve tanta relevância, pois as estatísticas evidenciam que cerca de 65% das pessoas de todo mundo já foram vítimas de cibercrime, e ainda, em média, 378 milhões são vítimas anuais o que significa um milhão por dia e 12 a cada segundo (Jornal de Negócios, 2018) e são estas as estatísticas que temos de alterar. As más práticas, a falta de orçamento e de formação, e de sensibilização para os ataques informáticos faz com que, de acordo com o Jornal de Negócios (2018) Portugal seja um dos países da União Europeia que revela menor cuidado com o cibercrime, apresentando a taxa de 39% de vulnerabilidade.

Até quando iremos desvalorizar o problema dos ciber ataques?

Até quando permitiremos que este tema seja demasiado insignificante?

Até quando iremos achar que os nossos da dados e informação está protegida?

E até quando o vamos negar?

As empresas, entidades e as sociedades modernas não devem aceitar estas situações por não saberem o suficiente sobre esta temática. Devem lembrar-se que estes crimes ocorrem não só offline, não só online e no mundo virtual, mas também na realidade socialmente partilhada e nas interações humanas. É a componente, ou factor humano do cibercrime.

Chamo a atenção a todos e ao juízo crítico de cada um, para que se possa combater esta epidemia de ataques. Qualquer um já foi, é ou pode vir a ser uma vítima de cibercrime.

Convido-vos a indignarem-se, a questionarem-se, a protegerem-se e a lerem a notícia publicada há menos de duas semanas sobre o Hospital CUF Descobertas e do ciberataque que sofreram. Os dados dos utentes expostos,as fugas de informação que podem levar a fraudes, roubo de identidade e servir ainda de veiculo ao social engineering.

Como é que ainda podemos pensar que os nossos dados estão fechados a sete chaves?

Acham que a nova política de protecção de dados que vigora desde o início do ano é suficiente?

É através da falta de informação e da falta de melhores práticas que estes ataques continuam a ganhar força e os cibercriminosos continuam impunes, e nós manietados e a viver sob a lei da ignorância e da culpa.

Soraya Bento Morais