Ser programador é a profissão do momento, basta fazer uma pesquisa nas oportunidades de emprego para perceber que mais de 80% são vagas para programadores.

O mercado de desenvolvimento de aplicações está em alta e as empresas disputam qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento em programação, alguns estudos dizem que daqui a poucos anos vão faltar milhares de profissionais nesta área.

Por outro lado o mercado da formação faz tudo para captar formandos: licenciaturas, mestrados, doutoramentos, nível 3, etc. São centenas de opções que enchem em muito as contas das entidades formadoras.

Mas será que alguém que por exemplo faça um curso de engenharia informática numa reconhecida universidade portuguesa na vertente de engenharia de software com media de 20 é de certeza um bom programador?

Será que podemos pegar em qualquer pessoa e transformar essa pessoa num programador de topo, como por exemplo na ideia peregrina do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de por a programar pessoas licenciadas que estão desempregadas e que nunca viram uma linha de código à frente?

A resposta é um redundante não. Tem de existir talento e vocação, aliás essa é a palavra-chave: Vocação.

A programação é um exercício onde se conjuga a logica com a criatividade, e só quem consiga entender e sentir este conjunto pode ser um bom, e verdadeiro, programador.

Podemos fazer a comparação com um guitarrista em que podemos ensinar alguém a tocar guitarra mas se essa pessoa não tiver talento nunca será ninguém nem vai contribuir para a música.

Programar envolve curiosidade e vontade de resolver problemas da melhor forma, programar não é pesquisar código no Google para copiar, programar é ter a capacidade de pensar como a máquina. E isto não se ensina em lado nenhum, nasce com a pessoa é um dom.

Claro que as aplicações podem funcionar com um código trapalhão e pouco eficiente mas isso não é demonstração de talento e programar é definitivamente uma arte que deve ser executada por artesões e reconhecida como tal.

O desenvolvimento eficaz de software não está relacionado com a quantidade de recursos afetos ao projeto mas sim com a qualidade desses recursos e a identificação dos mesmo não passa por currículos extensos mas sim por demonstração de competências.